sábado, 26 de junho de 2010

Entendendo a Palavra de Deus.


VERDADEIRAMENTE, AQUELE OFICIAL ROMANO, ERA UM HOMEM DE FÉ.

Nos contatos do dia-a-dia, a atenção de Jesus concentrava-se na presença, ou não, da fé no coração de seus interlocutores. Pouco lhe importava a condição social ou racial, nem o maior ou menor grau de instrução que podiam ter.
Desde que se mostrassem sensíveis à fé, era possível estabelecer com o Mestre uma profunda comunhão de interesses. O pedido que lhe dirigiu o oficial romano ilustra esta disposição interna de Jesus.
Aquele recorrera ao Mestre, em favor de um empregado, que era paralítico e sofria muito. Tratava-se de um pagão, a serviço dos opressores romanos, que pedia um milagre para outro pagão, sem nenhum vínculo especial com o povo de Israel.
Isto seria suficiente para que Jesus se recusasse a atender a um tal pedido. Mas isto era secundário!
Interessava-lhe saber se o oficial estava sendo movido pela fé. Na verdade, estava. E por uma fé tão grande, que achou desnecessária a presença física de Jesus, para ser atendido. Bastava "uma só palavra sua" para que seu servo ficasse curado.
Jesus possuía o poder de curar que vinha de Deus, seu Pai. Nada poderia impedi-lo de atender a um desejo.
Enquanto seus familiares e conterrâneos recusavam-se a reconhecê-lo, Jesus dava-se conta de que algo extraordinário estava acontecendo entre os pagãos.
Abertos para a fé, estavam mais aptos, do que os judeus, a se tornarem beneficiários do Reino.
Não por ser doente, mas por ser pagão, o centurião fica fora da comunidade de Israel; um judeu observante não podia entrar na sua casa.
Além disso, representava o poder estrangeiro de Roma. Mas pela sua fé entra na nova comunidade e cresce como figura exemplar: denúncia dos que resistem a crer, anúncio de muitos que crerão.
Percebe-se a polêmica da comunidade cristã frente ao judaísmo oficial: os obstáculos legais não são impedimento para a ação benéfica de Jesus. O centurião expõe com simplicidade a gravidade da situação.
Jesus o entende como pedido discreto e se oferece para intervir pessoalmente. Mas o oficial romano entende o poder de Jesus e sua fé faz com que seu empregado fique curado apenas com uma só palavra vinda da boca do Mestre. De fato, um judeu observante na fé, como Jesus, não podia, segundo as tradições judaicas, ficar no mesmo recinto que um pagão, no caso, o centurião doente, empregado daquele oficial romano.
É essa fé concreta que também nós somos convidados a testemunhar e anunciar.

Pe. Helder Tadeu
SCIO CUI CREDIDI - Sei em quem Acreditei.

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