quinta-feira, 21 de abril de 2011

Entendendo esta grande Festa da Igreja.

É O EXODO DEFINITIVO DE JESUS.

Evangelho de João não relata a última ceia de Jesus, como fazem Paulo e os evangelhos sinóticos (Evangelhos de São Mateus, São Marcos e São Lucas).
Supõe que as comunidades já a conheçam.
O que ele faz é relatar um gesto original de Jesus após a ceia: o lava-pés.
Atenta para o fato de Jesus estar ciente da chegada da “hora”, o momento decisivo de sua missão.
É o seu êxodo definitivo. Pela cruz, deverá deixar este mundo e ir para o Pai. Os discípulos, porém, continuarão nele. Jesus os ama até o fim e contará com eles para que sua obra tenha prosseguimento.
O gesto do lava-pés é, por excelência, o modelo de comportamento que os seguidores de Jesus deverão seguir.
O Mestre e Senhor se faz servo dos seus discípulos, também daquele que já consentira em traí-lo. O seu amor é incondicional, como revelara em toda a sua missão.
Por isso, rompera com todas as instituições que discriminam e matam. Chegou sua “hora”, e ele a acolhe com plena consciência e responsabilidade.
Entrega sua vida não arrastado pelas circunstâncias, mas na liberdade, demonstrando o seu amor até o extremo, coerente com sua opção de fidelidade ao plano de salvação de Deus.
O lava-pés simboliza o amor como doação plena.
Dá-se em forma de serviço.
Cai por terra todo espírito de poder.
Caem por terra a vingança e toda espécie de violência.
Jesus inverte os valores dominantes na sociedade. Constitui uma nova comunidade humana, cuja nota característica é o serviço mútuo.
Pedro, o líder do grupo, num primeiro momento não consegue entender.
É representante dos que ainda procuram um Messias triunfalista, distante das realidades conflituosas deste mundo.
O seguimento de Jesus, porém, dá-se pelo caminho da “cozinha” e do “avental”. Tudo o que simboliza o lava-pés, cuja síntese é o amor-serviço, leva à participação da mesma vida de Jesus.
Pedro entenderá o verdadeiro significado após a morte do Mestre. Por causa de sua opção pelo seguimento de Jesus, será também perseguido e partilhará do mesmo destino dele.
A comunidade cristã não pode caminhar na desigualdade. Não é uma comunidade de chefes e súditos e sim de servidores.
A pergunta de Jesus após o lava-pés transforma-se em permanente desafio para todos nós: “Vocês compreenderam o que acabei de fazer? (...) Vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz”.


Pe. Helder Tadeu
SCIO CUI CREDIDI - Sei em quem Acreditei.

Um comentário:

  1. Belíssimo blog.
    A mensagem também é bastante edificante neste tempo de conversão, de mudança e de contemplar a crucificação do Senhor Jesus.
    Paz e Bem!!!

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