sábado, 11 de junho de 2011

DOMINGO, 12 DE JUNHO - SOLENIDADE DE PENTECOSTES - Entendendo a Palavra de Deus.

O ATO DE "SOPRAR" DE JESUS SOBRE OS APÓSTOLOS É O MESMO ATO DE DEUS AO INFUNDIR A VIDA AO HOMEM, NA CRIAÇÃO.

No primeiro dia da semana, de madrugada, Maria Madalena, Pedro e o outro discípulo constatam que o sepulcro de Jesus estava vazio; em seguida, ocorre a aparição de Jesus a Maria Madalena.
Agora, à tarde desse mesmo dia, Jesus vem aos discípulos que estavam com as portas trancadas por medo dos judeus.
Coloca-se no meio deles e, por duas vezes, anuncia-lhes a paz.
Com o primeiro anúncio, Jesus identifica-se, mostrando suas chagas: não é um fantasma, mas é o próprio Jesus de Nazaré que com eles convivera e que, no fim, foi crucificado.
Agora, aquele que fora crucificado se apresentava vivo entre eles, o que é motivo de grande alegria, ainda mais quando Jesus, renova a comunicação de sua paz, feita na última ceia.
Com o segundo anúncio da paz Jesus envia os discípulos.
É o envio em missão, genérico.
A característica essencial é que os discípulos são enviados assim como Jesus foi enviado pelo Pai.
A missão de Jesus foi comunicar o amor do Pai ao mundo e a esta missão os discípulos são enviados.
Após a comunicação da paz, no mesmo dia da ressurreição, Jesus comunica o Espírito Santo soprando sobre os discípulos.
O "soprar" é o mesmo ato de Deus ao infundir a vida ao homem, na criação: "Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gn 2,7). Agora, o Espírito Santo é a comunicação da própria vida divina a homens e mulheres, criados por Deus.
O Evangelista São Lucas, antes desta narrativa discreta de São João sobre o dom do Espírito Santo, tinha feito sua narrativa, em estilo apocalíptico, em Atos (primeira leitura deste Domingo).
Segundo a versão de São Lucas, em vez do sopro de Jesus, o Espírito Santo vem por ocasião da festa de Pentecostes, cinquenta dias depois da ressurreição, sob a forma de línguas de fogo que vêm do céu com um ruído como de um vento forte, e pousam sobre os discípulos.
Pentecostes era uma festa do judaísmo, com raízes no antigo Israel e nas tradições agrícolas de Canaã, associada à colheita do trigo, bem como as festas dos Ázimos e da Páscoa.
A associação do dom do Espírito à festa judaica de Pentecostes é feita exclusivamente por São Lucas e foi incorporada na tradição das igrejas cristãs. Assim como Jesus não veio ao mundo para condená-lo, assim também não cabe à comunidade missionária a condenação.
É à palavra anunciada que cabe o julgamento.
Porém, à missão cabe o anúncio da prática da justiça, a qual tira o pecado do mundo e instaura o amor.
O Espírito é a plenitude do amor.
O fruto do amor é a união.
Pelos atos de comunicação, misericórdia, perdão, solidariedade, partilha, serviço, nos unimos em um só corpo.
Um só corpo, com diversos membros, com diversidade de funções e carismas. Um só corpo, com membros sadios, que usufruem os bens deste mundo, e com membros doentes, excluídos, pobres, sofrendo privações.
A vida deste corpo deve irradiar-se ao corpo todo, comunicando vida plena a todos seus membros.


Pe. Helder Tadeu
SCIO CUI CREDIDI - Sei em quem Acreditei.

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