sábado, 30 de abril de 2011

BEM-AVENTURADO PAPA JOÃO PAULO II, ROGAI POR NÓS!

AQUELE QUE ASSUMIU, POR AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO, O PRIMADO DE PEDRO; SINAL VISÍVEL DA UNIDADE DA IGREJA; SERVO DOS SERVOS DE DEUS; AQUELE QUE NOS PRESIDE NA CARIDADE DE CRISTO, SUA SANTIDADE, O PAPA JOÃO PAULO II.
BEATIFICADO SERVO DE DEUS, POR SEU SUCESSOR, O PAPA BENTO XVI EM 1º DE MAIO DE 2011.



Quando o escolhido para ser o 264º papa foi anunciado no dia 16 de outubro de 1978, os presentes à Praça São Pedro perguntaram uns aos outros: ''Quem é?''. Ninguém havia entendido o nome. Dono de um sobrenome impronunciável, o cardeal Karol Wojtyla era também um arcebispo polonês quase desconhecido além dos círculos eclesiásticos ou fora de seu país. Diante da multidão, surpresa com a eleição do primeiro papa não-italiano em 500 anos, um robusto cardeal de 58 anos com olhos muito claros e traços marcadamente eslavos fez sua primeira declaração pública como chefe da Igreja Católica. ''Não tenham medo'', foram as primeiras palavras do papa.




Aquela era mesmo uma época em que havia motivos para temer. Dividido pela Guerra Fria, o mundo vivia sob a ameaça de uma hecatombe nuclear alimentada pelos gigantescos arsenais dos Estados Unidos e da União Soviética. A Igreja enfrentava uma das maiores crises de sua história. O Concílio Vaticano II, realizado entre 1963 e 1965, havia mudado quase tudo: da forma de celebrar a missa à relação com outras religiões.



Convocado em 1962 por João XXIII, o concílio foi marcado pelo otimismo crédulo em relação ao futuro da década de 60. Igrejas vazias e disputas entre grupos cada vez mais inconciliáveis eram o cenário de um catolicismo que parecia condenado a ser irrelevante.




Nos 26 anos seguintes a sua eleição, Wojtyla, comandando a Igreja sob o nome de João Paulo II, deixou sua marca. Foi um dos artífices da queda do comunismo e fez o catolicismo entrar no terceiro milênio, se não livre de crises, ao menos vivo e atuante. O desconhecido religioso polonês do fim dos anos 70 morreu como uma das figuras mais reconhecíveis de todos os tempos graças ao uso da mídia eletrônica, em que se revelou um mestre.



João Paulo II não era um principiante em situações complicadas quando subiu ao trono de Pedro. Nascido na Polônia, sofreu na própria vida a influência dos dois maiores - e mais catastróficos - experimentos ideológicos da humanidade: o nazismo e o comunismo. Quando os alemães invadiram a Polônia, em 1939, dando início à Segunda Guerra Mundial, Karol Wojtyla era um estudante de Filosofia e Letras. Esportista e ator amador, viu-se obrigado a trabalhar como operário para evitar a extradição e os trabalhos forçados na Alemanha. Quando decidiu ser padre, teve de estudar em um seminário clandestino. Terminada a Guerra, em 1945, a Polônia caiu na esfera de influência da União Soviética e não tardou a implantar um regime comunista.
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Sob severa restrição à liberdade religiosa, Wojtyla ordenou-se padre, bispo e, por fim, arcebispo de Cracóvia. Nessa condição tornou-se peça-chave na montagem do sindicato Solidariedade, em 1970. Fortemente católica, a organização estaria na linha de frente da derrubada do comunismo, em 1989.


Seja para condenar ou elogiar, críticos e partidários de João Paulo II apontam os anos vividos sob perseguição religiosa como fator preponderante na formação de sua rigidez doutrinária. Um catolicismo ameaçado teria feito do papa um intransigente. A verdade é que, no período em que chefiou a Igreja, João Paulo II sempre se mostrou disposto a encerrar discussões, ainda que isso implicasse rupturas.


"Carrego em mim a experiência da Polônia. Ponho-me imediatamente ao lado do pobre, do indefeso e do oprimido"


O principal desafio de João Paulo II foi tentar reconciliar frentes que se desenharam no Vaticano II e se radicalizaram na década de 70. De um lado, os ultraconservadores, que rejeitam em bloco as decisões do Concílio.
O caso mais dramático foi o do arcebispo Marcel Lefèbvre, excomungado em 1988 por ter nomeado quatro bispos sem autorização do papa.
De outro lado, os vários progressistas, que vêem no Vaticano II apenas o começo de uma mudança a ser levada o mais longe possível. Na Europa, são liberais preocupados com questões morais. Na América Latina, teólogos da Libertação, que sonhavam com a Revolução.



Liberais da Europa e dos Estados Unidos querem o fim do celibato dos sacerdotes, a ordenação de mulheres, a aceitação do sexo fora do casamento, do homossexualismo, dos métodos contraceptivos artificiais e do aborto. Em sua primeira viagem aos EUA, em 1979, João Paulo II foi confrontado com uma pesquisa que mostrava a maioria dos católicos americanos defendendo precisamente essas teses. 'A Igreja caminha para frente, segundo a doutrina do próprio Cristo', respondeu candidamente o papa.





O ponto de contato entre o papa e o ideário do Primeiro Mundo, liderado pelos americanos, foi o anticomunismo. Mas o papa não confiava em nenhum ''fim da história'' com a substituição do mundo bipolar da Guerra Fria por um mundo atrelado integralmente ao modelo americano. ''A crise do marxismo não elimina as situações de injustiça e de opressão no mundo, das quais o próprio marxismo, instrumentalizando-as, tirava alimento'', escreveu o papa na encíclica Centésimo Ano, de 1991, sobre problemas sociais. Isolado pelos líderes ocidentais após o fim da Guerra Fria, o papa não teve o menor constrangimento em aliar-se a um dos mais polêmicos regimes do planeta, o da República Islâmica do Irã. Na Conferência da ONU sobre População, no Cairo, em 1994, a delegação do Vaticano e a dos aiatolás iranianos trabalharam juntas para impedir que constasse do documento final a aceitação de diferentes tipos de família.
A popularidade do "Papa Polonês" toma dimensões astronômicas em suas aparições públicas.
Nas 92 viagens internacionais para lugares tão diferentes quanto Lituânia, país báltico com quase 100% de católicos, e Coréia do Sul, no Extremo Oriente, com pouco mais de 5% de católicos em sua população, o papa atraiu multidões.
Nenhuma se compara à que visitou Roma ao longo do jubileu do ano 2000: 25 milhões de pessoas.



O século XXI começou sob a ameaça do terrorismo em larga escala e encontrou o papa firmemente ao lado da paz. Depois do ataque ao World Trade Center em Nova York pela Al Qaeda, os EUA se lançaram na guerra ao terror. A única superpotência remanescente no mundo lançou-se à defesa de seus interesses por meio das armas. O devoto cristão George W. Bush, presidente dos EUA, encontrou no papa João Paulo II um ferrenho opositor. Em vão o papa insistiu na busca de soluções negociadas para a crise do Iraque.

Já com saúde debilitada, o papa João Paulo II, que ajudou a dar a feição do último quarto do século XX, viu o novo século começar de maneira mais difícil. Mas não desistiu, sua saúde jamais foi obstáculo para a sua meta: implantação da justiça e verdade, promoção dos valores cristãos, da família, da pessoa humana. A luta continua, o sonho de João Paulo II por um mundo de Paz, continua!
Beato João Paulo II, rogai pelo Brasil, rogai por todos nós que o amamos!
















Pe. Helder Tadeu
SCIO CUI CREDIDI - Sei em quem Acreditei.

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