sábado, 27 de agosto de 2011

28 de agosto - 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Entendendo a Palavra de Deus.

DEVEMOS TER CUIDADO PARA MANTER BEM A CAMINHADA PARA O REINO E NÃO SERVIR DE PEDRA DE TROPEÇO.

Após Jesus demonstrar aos discípulos que deveria ir a Jerusalém para sofrer, morrer e ressuscitar, Pedro toma a palavra e pede a Deus que não permita que isso aconteça. Ao que Jesus lhe chama de pedra de tropeço.
Quem era Pedro para impedir a realização do projeto de Deus?
Ele só podia ser um satanás na vida de Jesus.
A palavra “satanás” naquele contexto significava adversário.
Pedro é a pedra em que Jesus não queria tropeçar na sua marcha, de bem-aventurado rumo à realização de sua missão até as últimas consequências.
Não é que o poeta também tinha razão: “havia uma pedra no meio do caminho”... de modo que Pedro, tendo recebido as chaves do Reino dos Céus, não está isento das fragilidades humanas e das dificuldades de se pôr em sintonia com o projeto de Deus. Deve ter cuidado para manter bem a caminhada para o Reino e não servir de pedra de tropeço.
Em seguida, Jesus convoca seus discípulos a tomar, cada um, a sua cruz, segui-lo, negar a si mesmo e perder a vida por causa dele.
Ao longo de séculos, certas interpretações dessa passagem bíblica deram rumo à vida de muitos cristãos.
Martírio, sofrimento, flagelação do corpo e tantos outros exemplos, às vezes buscados por vontade própria, poderão ilustrar a necessidade das ações de cristãos para encontrar a salvação.
A cruz era um dos instrumentos usados pelos romanos para matar escravos e condenados por rebeldia pelo império, os quais, nus, agonizavam na cruz.
Morrer crucificado era o “suplício mais cruel e terrível”, segundo o historiador da Antiguidade Flávio Josefo.
E, o que é pior, antes de ser crucificado, o condenado podia ser torturado e até mesmo crucificado de cabeça para baixo ou empalado no poste da cruz, de forma obscena.
Os judeus sabiam muito bem o que era a crucifixão, pois muitos deles morreram assim. O judeu seguidor de Jesus, com certeza, foi tomado de espanto com essa proposta de seu mestre: tomar a cruz, de livre e espontânea vontade, e segui-lo, sabendo que iria morrer de forma cruel.
A lembrança desse ensinamento motivou muitos cristãos a aceitar o martírio como caminho de testemunho da ressurreição de Jesus e consequente salvação no reino escatológico.
Com o fim do martírio naquele contexto, quando o império romano acabou aderindo ao cristianismo como religião do Estado, viu-se fortalecida a teologia do sofrimento pessoal, que acabou em resignação.
Essa visão ainda perdura em nossos dias. Jesus, ao repassar tal ensinamento, estaria aludindo à consequência lógica da adesão ao reino de justiça que ele pregava.
Quem se punha contra o império acabaria na cruz.
Não havia outro caminho que não fosse o de perder a própria vida.
Ele não propôs sofrimento pelo sofrimento. Isso é masoquismo! Masoquismo e resignação, sofrer calado, não têm espaços no reino.


Pe. Helder Tadeu
SCIO CUI CREDIDI - Sei em quem Acreditei.

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